O Conto: uma reflexão sobre as especificidades da ordem de Paraná e os problemas sociais revelados na narrativa
O conto “O Menino e o Foguete“, escrito por Murilo Rubião, narra a história de um menino que cumpre a missão dada por seu amigo Paraná, sem que ninguém perceba. A partir da leitura desse trecho, é possível formular hipóteses sobre a especificidade da ordem de Paraná e os indícios que levam a essa interpretação.
a) Com base na leitura do trecho, é possível inferir que a ordem de Paraná é específica porque envolve uma tarefa secreta e arriscada, que precisa ser cumprida sem que ninguém perceba. Os indícios que levam a essa interpretação são a descrição da missão como “uma coisa arriscada e de que ninguém pode saber“, o fato de Paraná ter entregue um embrulho ao menino sem revelar seu conteúdo, e a recomendação para que o menino não abrisse o embrulho, mesmo em caso de curiosidade. Todos esses elementos indicam que a ordem de Paraná é secreta e que seu conteúdo pode ser perigoso ou ilegal.
b) O uso do diminutivo no substantivo “embrulho” sugere que o objeto é de pequenas dimensões e pode conter algo de valor ou importância sentimental para Paraná. Além disso, a flexão diminutiva também pode indicar uma tentativa de minimizar a importância do objeto, para evitar que o menino se sinta pressionado ou assustado com a missão que lhe foi dada.
c) A narrativa revela alguns problemas sociais que persistem nos meios urbanos, como a desigualdade social e a falta de oportunidades para crianças e adolescentes. O menino é retratado como alguém que precisa trabalhar para ajudar a família, mesmo que isso signifique deixar de ir à escola. Além disso, ele vive em um ambiente violento e hostil, onde a única diversão disponível é brincar com o foguete de fabricação caseira. A ordem de Paraná para que o menino entregasse o embrulho a um desconhecido também sugere a presença de atividades ilegais ou criminosas na região.
d) Ao pensar em pegar um ônibus para chegar ao destino mais rapidamente, o menino desiste da ideia como se estivesse fazendo algo errado. Essa atitude pode ser interpretada como um reflexo da realidade social em que o personagem vive, na qual as oportunidades de acesso a certos bens e serviços são desiguais. O fato de o menino não ter dinheiro para pagar a passagem sugere que ele pertence a uma camada social mais pobre e que, por isso, não tem acesso a certos serviços básicos, como o transporte público. Essa desigualdade social é um dos problemas enfrentados por muitas comunidades urbanas, especialmente em países em desenvolvimento, onde a pobreza e a exclusão social são ainda mais acentuadas.
Conclusão:
Em suma, a análise do trecho do conto permite entender alguns aspectos importantes sobre a sociedade em que o personagem vive, bem como sobre as dificuldades e desafios enfrentados por indivíduos de camadas sociais menos privilegiadas. Além disso, o uso do diminutivo na palavra “embrulho” sugere a fragilidade e a vulnerabilidade do menino, que precisa lidar com situações difíceis e perigosas enquanto tenta cumprir a missão que lhe foi confiada.