Arquimedes é uma figura histórica da Grécia antiga considerado como um gênio à frente do seu tempo. Além de um dos mais importantes matemáticos da história, Arquimedes foi um incrível engenheiro cujas invenções como o Parafuso de Arquimedes ajudaram em muito o avanço tecnológico da sua época. As máquinas dele também foram fundamentais para a proteção da sua cidade natal, Siracusa, durante as invasões romanas que ocorreram em meados de 212 e 213 a.C. Além de guindastes, catapultas e balistas, uma das invenções mais peculiares de Arquimedes foi seu “raio da morte”.

O matemático grego viveu há mais de 200 anos a.C e muito dos registros sobre sua história datam de séculos depois da sua morte. Por isso a veracidade de alguns dos relatos sobre as invenções de Arquimedes é discutível. Por exemplo, durante o cerco de Siracusa, diz-se que ele teria usado a Garra de Arquimedes, uma máquina que era capaz de içar os navios romanos e derrubá-los de grandes alturas. Outra dessas invenções seria o suposto “raio da morte”, relatada pelo historiador grego Luciano de Samósata, onde Arquimedes teria colocado vários espelhos ao longo da baía de Siracusa que conseguiam concentrar os raios do Sol nos navios romanos e fazê-los pegar fogo.

Milhares de anos depois da morte de Arquimedes, a história do seu “raio da morte” soava mais como ficção para muitos estudiosos. Porém ainda teve aqueles que tentaram replicar sua invenção com diferentes graus de sucesso. Em 2005, por exemplo, estudantes do MIT conseguiram usar espelhos para acender uma chama num barco de madeira depois de dez minutos de concentração.

O “raio da morte” de Arquimedes construído por estudante da oitava série

Representação do “raio da morte” de Arquimedes. Fonte: Domínio Púlico

Mais recentemente, um jovem garoto de doze anos, Brenden Sener, na cidade de Ontário, no Canadá, também resolveu reproduzir a infame criação de Arquimedes. Breden construiu uma réplica em escala reduzida e, segundo os resultados obtidos pelo estudante, concluiu que é plausível que o “raio da morte” teria funcionado em batalha.

Na sua experiência, Brenden utilizou uma série de espelhos côncavos para refletir o calor gerado por lâmpadas LED de 50 watts em um pedaço de papelão. A cada espelho adicionado a temperatura do alvo aumentava em 2°C. Brenner fez isso para três espalho, porém ao adicionar um quarto ele percebeu que houve um salto de 8°C de temperatura. Depois dessa observação, o garoto então resolveu aumentar a potência das lâmpadas para 100 watts que também dobrou o aumento médio de temperatura para 4°C por espelho. Por outro lado, o quarto gerou um aumento de 10°C.

Terminando seu experimento, Brenner chegou à mesma conclusão do grupo do MIT em 2005. Segundo ele, “Com base nos meus achados experimentais, concordo com o grupo do MIT e acredito que, com uma fonte de calor suficientemente forte e espelhos maiores e múltiplos todos focados em um ângulo perfeito, a combustão poderia ser possível”

Para Brenner, as descrições históricas do “raio da morte” de Arquimedes durante o cerco de Siracusa são plausíveis. Porém o jovem também ressalta que não existe qualquer evidência arqueológica que comprove que a arma foi de fato utilizada, tem-se apenas os registros nos livros antigos.

O jovem de 12 anos, atualmente na oitava série, não fez a réplica à toa para se divertir em sua casa. Graças a sua experiência, ele recebeu uma medalha de ouro na Feira de Ciências Anual de Matthews Hall. Ele também ganhou outra medalha em Ciências Físicas na Feira de Ciências e Engenharia do Vale do Tâmisa e, por fim, o prêmio da Biblioteca Pública de Londres por ‘Inspirar o Interesse das Crianças em Ciência e Tecnologia’. O experimento de Brenner foi publicado na revista The Canadian Science Fair Journal.