Desde a Grécia clássica até aos dias de hoje, os padrões de beleza evoluíram e moldaram a nossa forma de ver o mundo. Hoje, o ideal de beleza procura abrir-se à diversidade.
Última atualização: 21 de novembro de 2024
Você já pensou que quem é mais magro, mais alto, tem pele e olhos claros sempre foi valorizado? Você pode se surpreender ao descobrir que nem sempre foi assim. Não existe um cânone único de beleza; estes mudaram de maneiras inesperadas, e O que antes era considerado atraente pode parecer surpreendente hoje.
Explorar A evolução desses ideais nos permite compreender melhor como percebemos a estética hoje. e por que certas características continuam a ter tanto peso em nossa sociedade. Isso despertou sua curiosidade? Nós vamos te contar mais!
Quais são os padrões de beleza?
Os cânones de beleza são os modelos estéticos que uma sociedade estabelece como ideais. Estas normas abrangem um conjunto de características físicas consideradas desejáveis ou atrativas numa pessoa; desde o formato do corpo, proporções faciais, altura, peso, até detalhes como textura da pele ou cor dos olhos.
Estas não são tendências passageiras, mas refletem valores culturais profundos e simbolizam o que é percebido como saudável, harmonioso ou bem-sucedido num contexto social e profissional.
Ao longo do tempo, estes padrões foram transmitidos através da arte, da moda, dos meios de comunicação e, hoje, das redes sociais, criando uma cultura visual que impacta as aspirações colectivas.
Esses padrões orientam as práticas estéticas cotidianas e as aspirações pessoais, desde as escolhas de roupas e produtos de embelezamento até as decisões de cuidados físicos. Então, Tornam-se referência constante na vida das pessoas, influenciando suas decisões e como apresentam sua imagem ao mundo.
Evolução dos padrões de beleza ao longo do tempo
Compreender a evolução de um cânone de beleza não só nos dá uma perspectiva histórica sobre a nossa relação com a imagem, mas também nos convida a questionar os padrões actuais e a valorizar a diversidade que surge em cada época. Ao ver como os ideais mudaram e se adaptaram, é possível nos libertarmos da ideia de uma única forma de beleza. e abrir a porta para uma visão mais inclusiva.
Beleza na Antiguidade
Antigamente, ser bonito era visto como um presente concedido pelos deuses; um exterior perfeito indicava perfeição interior. A beleza no Egito idealizava uma mulher sem pelos no corpo, alta, esbelta e de pele lisa, com características infantis, como quadris estreitos. Olhos amendoados, nariz reto e lábios carnudos completavam esse cânone. Para os homens, o padrão era um corpo atlético e musculoso, com ombros largos e constituição forte, refletindo vitalidade.
A Grécia valorizava a harmonia física como um símbolo de virtude. Esta civilização exigia que os homens tivessem corpos fortes, com braços e abdominais esculpidos. Além disso, lábios carnudos e bochechas bem definidas. As mulheres eram idealizadas com quadris largos, braços embranquecidos e rostos serenos. Uma figura robusta simbolizava riqueza e prosperidade e estava associada à bênção de Afrodite. Cabelos longos e ondulados, de preferência avermelhados, faziam parte do ideal feminino.
Por sua vez, Roma adotou ideais como pele clara, cabelos dourados ou castanhos, nariz pequeno e pernas bem torneadas. Os afrescos mostram mulheres com quadris largos e seios pequenos, adornadas com acessórios e joias. O cânone masculino, influenciado pela figura do guerreiro, buscava corpos fortes, magros e musculosos. Com a chegada do Império, o cabelo curto passou a ser a norma entre os homens.
Beleza na Era Moderna
Já para a Idade Moderna, Os cânones da beleza foram influenciados pela arte e pela idealização da figura humana. Durante o Renascimento, o ideal feminino destacava corpos curvilíneos com quadris largos, pele clara, bochechas rosadas e cabelos loiros. Assim como na Idade Média, esperava-se que as mulheres cuidassem da aparência para agradar aos homens, considerando isso quase um dever.
Já o ideal masculino renascentista valorizava um corpo atlético que refletisse inteligência e caráter, com musculatura moderada, barba e cabelos bem cuidados, projetando nobreza e elegância.
Com a chegada de outras correntes artísticas, como o Barroco, esse ideal tornou-se mais exuberante. Mulheres com corpos voluptuosos e rostos arredondados eram o cânone predominante, e começaram a pintar pintas no rosto, por serem consideradas símbolos de sensualidade. A pele clara também era desejável nos homens, que usavam pó facial para obter um tom uniforme. Cabelos longos e cacheados tornaram-se um elemento essencial de sua aparência.
Século 19: a era vitoriana
Na época vitoriana, As mulheres aspiravam a uma aparência com pele muito pálida e rosto frágil, com olhos grandes e lacrimejantes. Para conseguir isso, consumiam vinagre e aplicavam beladona nos olhos, para parecerem enjoados e avermelhados. Além disso, buscava-se uma figura esbelta e delicada, com cinturas muito finas, conseguida com espartilhos justos. O uso de óleos para manter os cabelos longos e brilhantes era comum, e eles usavam penteados com cachos e tranças.
O ideal masculino foi influenciado pela figura do poeta romântico. Homens magros, de pele clara e aparência melancólica eram valorizados. Cabelos longos e bigodes ou barbas macios completavam o estilo, projetando intelectualidade e sensibilidade.
Os ideais estéticos do século XX
No início do século XX, os ideais de beleza centravam-se na elegância e em figura feminina curvilínea, com cintura estreita e quadris e busto proeminentes, conseguidos com espartilhos que formavam um corpo de ampulheta. Os homens, por sua vez, projetavam uma imagem magra e polida, com rosto barbeado ou bigode grosso.
Algum tempo depois, Os alegres anos 20 propuseram uma figura feminina mais andrógina, típico do estilo melindrosa. Enquanto isso, os homens mantinham o físico esguio e a elegância no penteado e no bigode fino. Na década de 1930, este ideal mudou; Embora a magreza fosse esperada nas mulheres, uma cintura marcada e maçãs do rosto definidas eram desejadas.
Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, a sociedade tornou-se mais consciente do corpo. Em 1940, as mulheres começaram a cuidar da alimentação e a tonificar braços e pernas, pois as roupas destacavam essas áreas; enquanto os homens, devido ao aumento fitnesseles valorizavam os músculos. Eles também tinham cabelos curtos e rostos raspados, para projetar seriedade.
Quando o conflito terminou e a economia recuperou em 1950, o glamour. Promoveu-se assim uma figura feminina voluptuosa e curvilínea, destacando mais uma vez a silhueta da ampulheta. Os homens buscavam uma aparência elegante, com ombros largos e estatura alta que projetasse confiança, sem tanta pressão na musculatura.
Os movimentos sociais e a transformação dos papéis de género nas décadas de 1960 e 1970 modificaram os cânones. Os homens adotaram uma estética jovem e informal inspirada na pedracom cabelos mais longos e menor ênfase na musculatura, embora a musculação ganhasse força no final da década de 70, popularizando corpos mais marcados. Para as mulheres, o ideal consistia em um corpo magro, com peito achatado e quadris estreitos, semelhante ao de uma pré-adolescente.
Na década de 1980, o fisiculturismo e a ascensão das supermodelos consolidaram um ideal de corpos atléticos e tonificados. para ambos os sexos. Na década de 90, a modelagem promovia magreza extrema, maçãs do rosto fortes e seios grandes nas mulheres; enquanto os homens preferiam um físico definido, mas sem excesso de músculos.
Beleza no século 21
Com a chegada do novo milênio, o ideal feminino continuou a focar na figura de ampulheta, seios grandes e cinturas estreitas. A pele bronzeada e os cabelos longos faziam parte desse ideal de beleza. Para os homens, o tanquinho se tornou uma obsessão. Além disso, eles preferiam barba por fazer ou um estilo de barba curta. cavanhaque.
Na década de 2010, a figura feminina curvilínea ganhou popularidade, com destaque para quadris largos e nádegas volumosas. A pele impecável também se tornou um padrão. Quanto aos homens, o físico atlético continuou a ser o ideal, e uma barba bem cuidada tornou-se um símbolo de estilo e masculinidade.
Nos últimos anos, o conceito de beleza começou a se abrir para uma maior diversidade de etnias, tamanhos e características únicas, como vitiligo, cabelos grisalhos, rugas e deficiência. Porém, certos ideais continuam a exercer pressão nas redes sociais, como pele sem poros, lábios carnudos, narizes finos e corpos tonificados. Todos eles vêm da estética que promovem tiktokers e o Indústria de entretenimento sul-coreana.
Apesar destes desafios, a indústria da moda e da beleza caminha para uma cultura mais inclusiva, celebrando a autenticidade e representando a diversidade em revistas e passarelas internacionais.
O impacto dos padrões de beleza em homens e mulheres
Ao definir o que é “desejável”, os cânones criam uma referência que pode influenciar a forma como nos vemos e como acreditamos que deveríamos ser. Porém, ao tentarmos nos enquadrar nesses modelos, podemos sentir pressão e desenvolver inseguranças. Abaixo, revisamos algumas das consequências desses ideais em nossa sociedade:
O valor de ser único
Esta viagem pela evolução dos cânones da beleza deixa-nos uma reflexão valiosa: Além de perseguir ideais inatingíveis, podemos aprender a valorizar a nossa singularidade e autenticidade, compreender que a diversidade enriquece nossa percepção de beleza. Esta abertura não surge do nada; É produto de uma demanda social cada vez mais visível nas redes e em movimentos como o corpo positivo e o pele positiva.
Sabemos que pode ser difícil enfrentar a avalanche de imagens que consumimos diariamente. Mas há algo essencial que você deve lembrar: cada célula do seu corpo conta uma história única, e essa história é suficiente… Você não precisa encaixar um molde para ser aceito.
Em última análise, compreender estes ideais impostos liberta-nos e permite-nos abraçar a beleza a partir da nossa própria perspectiva, sem que quaisquer tendências passageiras definam o nosso valor.