Você sente que não é competente ou que sempre tem que agradar aos outros? A baixa autoestima é uma percepção mais comum do que você imagina. Descubra aqui o que causa e como se manifesta, para entender melhor esse problema.
Você já se sentiu insuficiente ou duvidou do seu próprio valor? Esta é uma luta que afeta muitas pessoas e aceitá-la nem sempre é uma tarefa fácil. Aquela voz interior crítica dizendo que você não é bom ou que precisa agradar aos outros pode ser paralisante e opressora. É chamada de baixa autoestima e é influenciada pela família, ambiente de trabalho e social, idade ou estado físico e mental.
Mas quais são os sintomas e as causas dessa percepção? Como eles se manifestam em nossas vidas? E, o mais importante, como podemos superá-los? Neste artigo vamos explorar isso e dar dicas práticas para melhorar seu relacionamento consigo mesmo. Você, mais do que ninguém, merece se sentir bem e se valorizar, assim como você é.
O que é baixa autoestima?
Primeiramente, devemos lembrar que autoestima é um conjunto de pensamentos, sentimentos e percepções que temos sobre nós mesmos. Quando temos um nível alto, gostamos de nós mesmos e valorizamos nossas conquistas. Mas Se estiver baixo, sentimo-nos infelizes ou insatisfeitos connosco próprios, na maior parte das vezes.
Em algum momento todos nós sentimos desconfiança ou dificuldade em acreditar em nós mesmos; O problema é se começarmos a nos ver como inferiores ou indignos das coisas boas da vida. Esse sentimento leva a uma série de problemas emocionais, psicológicos e sociais. A longo prazo, isto é contraproducente porque reforça dúvidas e medos subjacentes. Além disso, ensina que a única maneira de lidar com as situações é evitá-las.
Viver com baixa autoestima pode prejudicar a saúde mental, causar problemas como depressão e ansiedade e estimular a adoção de hábitos prejudiciais, como fumar e beber.
Ter uma baixa autopercepção tem grande influência em nosso dia a dia. Afeta a forma como atuamos no trabalho ou na escola, a forma como aceitamos feedback e até nos impede de tomar decisões importantes por medo do fracasso. Por exemplo, uma pessoa que não se valoriza pode evitar pedir uma promoção, hesitar em expressar as suas necessidades numa relação ou sentir-se incapaz de aprender novas competências.
É importante notar que a baixa autoestima não é representada por um autodiagnóstico no DSM-V, mas é um fator subjacente em muitos transtornos psicológicos.
Que sintomas alertam que a autoestima está baixa?
Pessoas com baixa autoestima podem apresentar sintomas que variam em intensidade. Alguns dos mais comuns incluem o seguinte:
Causas da baixa autoestima
Já vimos os sintomas, agora vamos investigar as causas da baixa autoestima. É preciso começar porque a autoestima não é estática; Pode mudar com o tempo e ressurgir em diferentes fases da vida, especialmente na idade adulta.
As vezes, nossas próprias ações ou as dos outros diminuem a opinião que temos de nós mesmos em qualquer momento. Isto estaria ligado a comportamentos que entram em conflito com os nossos valores ou ética pessoal, ou com experiências negativas como relacionamentos abusivos, seja com um parceiro, um chefe ou qualquer outra pessoa.
As raízes da autoestima costumam ser estabelecidas durante a infância ou adolescência. Fatores como ambiente familiar, experiências escolares e relações interpessoais desempenham papel importante na sua formação. O que mais pode afetá-lo? Vamos abordar isso a seguir.
1. Vivendo uma infância e adolescência traumáticas
A infância e a adolescência são períodos críticos para o desenvolvimento da autoestima. Nessas etapas, recebemos mensagens de diversos canais: familiares, amigos, professores, mídia, entre outros. Suas influências moldam nossa autoimagem e, quando negativas, têm um impacto profundo.
As crianças são vulneráveis à crítica e à rejeição, pois ainda estão a formar a sua identidade e autopercepção. Os adolescentes, por sua vez, enfrentar desafios individuais e sociais no que diz respeito à sua própria representação do “eu” e são afetados tanto pelas experiências passadas como pelas expectativas sobre o futuro.
Quando críticas, rejeições ou falta de apoio são constantemente recebidas nessas fases, mensagens negativas podem ser internalizadas, como a de que não são boas o suficiente ou de que não merecem amor e respeito. À medida que crescem, essas percepções podem se tornar uma parte arraigada de seu autoconceito.
2. Sofrer abuso físico, emocional e sexual
Diferentes tipos de abuso podem devastar a auto-estima de uma pessoa. As vítimas muitas vezes internalizam a culpa e a vergonha, acreditando que são de alguma forma responsáveis pelo que lhes aconteceu. Isso levaria a um sentimento de inutilidade.
Por outro lado, abuso físico afeta negativamente a autoestima, mesmo quando a vítima tem apoio social e capacidade de resolução de problemas. Além disso, esse tipo de abuso está relacionado a problemas como depressão, ansiedade e estresse.
Da mesma forma, o abuso emocional, como críticas constantes, menosprezo e manipulação, também é prejudicial. Palavras ofensivas e tratamento degradante corroem a confiança e o valor pessoal. A violência sexual acrescenta uma camada adicional de trauma, fazendo com que as vítimas se sintam inseguras e autopercepção negativa.
3. Seja vítima de assédio moral
Aqueles que sofrem assédio moral Eles vivenciam humilhação, exclusão e medo na escola, ambiente onde deveriam se sentir seguros e apoiados. Este tratamento empurra a sensação de não ser amado. Provocações e intimidações constantes fazem com que questionem seu próprio valor e habilidades.
De acordo com o que uma publicação do Revista da Juventude e Adolescência, Aqueles que enfrentaram o bullying podem ficar presos em um ciclo de não se sentirem amados. ou incompetentes, o que reduz sua autoestima e os torna mais vulneráveis a futuros episódios desse tipo de violência. Consequentemente, os autores deste estudo destacam a importância de intervenções focadas na melhoria da autoestima das vítimas.
4. Perder um ente querido
A morte de um ente querido gera uma intensidade emocional avassaladora que nos faz sentir fora de nós mesmos. Essa perda não se refere apenas aos pais, mas também aos filhos, amigos ou parceiros. Durante o período de luto, além da negação, nossa autoestima pode ser afetada.
Sentimentos de abandono e desamparo são comuns, por isso podemos nos sentir menos valiosos e inseguros. A perda é capaz de desencadear uma crise de identidade, onde a pessoa luta para encontrar seu lugar e propósito sem a presença do ente querido, prejudicando a percepção que tem de si mesma.
5. Buscar a perfeição devido a pressões externas
Buscar a perfeição e querer atender a determinadas características impostas pela sociedade pode se tornar um fardo pesado. Quando sentimos que nunca poderemos corresponder às expectativas dos outros, desenvolvemos sentimentos de inadequação e fracasso.
De fato, Foi sugerido que a busca excessiva pela perfeição é um resposta comum a uma visão desfavorável da auto-estima. O menor feedback negativo pode ser visto como um fracasso, categorizando o desempenho imperfeito como uma indicação significativa de futilidade.
Essa pressão vem na forma de expectativas acadêmicas, profissionais ou pessoais. A falta de reconhecimento ou aprovação da família, amigos ou colegas faz com que a pessoa se sinta inadequada.
6. Enfrentar condições de trabalho precárias ou demissão
O desemprego pode agravar a depressão e a baixa autoestima; também empregos instáveis ou mal remunerados. No mundo laboral, A falta de reconhecimento e a insegurança fazem com que a pessoa se sinta desvalorizada ou competente. Enfrentar uma demissão, em particular, representaria um golpe devastador que levaria o indivíduo a questionar suas capacidades e valor, impactando sua autoconfiança.
7. Sofrer de uma doença ou deficiência que afete as atividades diárias
Doenças crônicas ou deficiências que limitam as atividades diárias afetam a autoestima. As pessoas que vivem com essas condições tendem a se sentir diferentes, limitadas ou incapazes de participar plenamente da vida. Depender de outras pessoas para as tarefas diárias faz com que se sintam um fardo, e lutar constantemente com os sintomas levaria a uma percepção negativa de si mesmos.
Uma publicação em Ciências Sociais e Medicina observa que alguém com deficiência, com maior probabilidade de sofrer de depressão, também corre maior risco de minimizar sua autoestima.
8. Sentir-se pressionado pelas expectativas sociais de beleza
As redes sociais muitas vezes apresentam padrões de beleza irrealistas, o que faz com que as pessoas se sintam insuficientes. Em plataformas como o Instagram, vemos criadores de conteúdo, celebridades e influenciadores que projetam uma imagem de perfeição: corpos esbeltos e pele impecável. No entanto, esta percepção é uma versão editada da realidade, concebida para mostrar apenas o que lhes convém.
O constante bombardeio de imagens perfeitas na mídia e nas redes sociais reforça a ideia de que apenas determinados tipos de corpos e aparências têm valor. Comparar-se constantemente com essas figuras ideais alimenta a baixa autoestima. Na verdade, vários estudos concluíram que atuar como um fator de risco universal para diferentes transtornos alimentares.
As pessoas que lutam contra uma baixa autopercepção podem sentir que nunca viverão de acordo com esses padrões irrealistas, aumentando a sua insegurança. Isso pode levar à insatisfação corporal crônica e a um desejo inatingível de mudar a aparência física.
9. Exclusão social
A exclusão social, seja por razões económicas, culturais, raciais ou de orientação sexual, é outra causa que pode estar relacionada com uma autoestima negativa. Sentir-se rejeitado ou não aceito leva a pessoa a acreditar que não é digna de respeito ou pertencimento.
Você merece se sentir e se valorizar bem, assim como você é
Agora que você conhece os sintomas e as causas da baixa autoestima, convidamos você a agir caso perceba que sofre com isso. Lembre-se que essa luta não está sozinha. Busque o apoio de sua rede de amigos e familiares e considere fazer terapia. Um psicólogo pode fornecer ferramentas valiosas para melhorar sua autopercepção e bem-estar emocional.
Abrace as qualidades que o tornam único e valorize suas conquistas, por menores que sejam. Trate-se com amor, não exija de você mais do que você pode dar, você não precisa provar nada para ninguém. Convidamos você a trabalhar diariamente sua autoestima, para alcançar sua melhor versão.
E lembre-se que cada pessoa tem seu ritmo e caminho, e isso não significa que você está falhando. Em suas mãos está a chave para mudar a opinião que você tem sobre si mesmo.