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Durante uma obra de construção civil na Itália – projeto de construção para tornar a Piazza Pia, em Roma, exclusiva para pedestres – um grupo de trabalhadores descobriu um jardim de 2 mil anos que pertencia ao imperador romano Calígula.

Situado com vista para as margens do rio Tibre, que atravessa Roma e fica a leste da Cidade do Vaticano, as ruínas do jardim foram desenterradas enquanto se construía um novo viaduto na região.

Após a descoberta inicial, arqueólogos foram chamados ao local para realizar um estudo detalhado. Durante a remoção dos destroços, os especialistas encontraram um cano de água feito de chumbo com uma inscrição que dizia “C(ai) Cæsaris Aug(usti) Germanici” traduzida como “portanto, é Calígula, filho de Germânico e Agripina, a Velha”.

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Piazza Pia

A Piazza Pia é uma praça situada fora dos muros do Vaticano, próxima à Basílica de São Pedro e outros marcos históricos importantes. Atualmente, está em andamento um ambicioso projeto de construção que visa conectar o Castel Sant’Angelo à Via della Conciliazione.

O objetivo é desviar o tráfego através de uma passagem subterrânea, transformando a praça em uma zona de pedestres, proporcionando assim um espaço mais seguro e acessível para os visitantes.

Este projeto, com um orçamento estimado em cerca de US$ 75,8 milhões, faz parte dos preparativos para o Ano Jubilar do Vaticano de 2025. Esse evento especial atrai milhões de peregrinos e turistas de todo o mundo, e as melhorias na infraestrutura visam acomodar o grande fluxo de pessoas esperado, oferecendo uma experiência mais agradável e segura.

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A transformação da Piazza Pia em uma área de pedestres não só facilitará o deslocamento dos visitantes, mas também contribuirá para a preservação e valorização dos marcos históricos da região.

Calígula, o imperador cruel

Nascido como Gaius Caesar Germanicus, o imperador romano ficou conhecido pelo apelido de “Calígula”, que significa “Pequena Bota”, dado a ele pelos soldados de seu pai, Germanicus Caesar. Calígula também era filho adotivo do imperador Tibério.

Calígula é lembrado como um imperador notoriamente cruel e tirânico. Uma das ações mais infames de seu governo foi a execução de Naevius Sutorius Macro, uma figura-chave que ajudou na sua ascensão ao trono de Roma.

Além disso, Calígula ordenou que sua estátua fosse erguida no Templo de Jerusalém, uma atitude que gerou grande controvérsia.

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O reinado de Calígula foi abruptamente interrompido em 41 d.C., quando membros da Guarda Pretoriana, os oficiais responsáveis pela proteção do imperador, se voltaram contra ele e o assassinaram.

Este ato marcou o fim de seu governo e é frequentemente citado como um exemplo dos extremos de descontentamento que seu comportamento tirânico provocou entre aqueles que o cercavam.

Ruínas do Jardim de Calígula

O cano de chumbo inscrito se aproxima do nome do Imperador Calígula. Imagem: Ministério da Cultura da Itália

De acordo com o Ministério da Cultura italiano, o jardim e sua conexão com o imperador romano Calígula foram descritos pelo líder, filósofo e estudioso judeu do século I, Filo de Alexandria. Filo relatou que Calígula recebeu um ministro diplomático judeu alexandrino “nos Horti de Agripina, um vasto jardim com vista para o Tibre, separado do rio por um pórtico monumental”.

O órgão ainda destacou que escavações anteriores na praça revelaram outros canos de chumbo com inscrições que, provavelmente, indicam a presença de Lívia Drusila, esposa de César Augusto e mãe do imperador Tibério.

Lívia Drusila foi uma figura proeminente na Roma Antiga, frequentemente oferecendo conselhos políticos ao imperador Augusto e, em sua busca para assegurar o trono para seu filho Tibério, acredita-se que tenha eliminado muitos rivais políticos.

A descoberta mais recente do cano de chumbo com o nome de Calígula coincidiu com os esforços para realocar os restos de uma antiga lavanderia romana, conhecida como “fullonica”, da Piazza Pia.