Japão enviará astronauta para a Lua e será o segundo país a pousar no satélite natural, conforme acordo firmado com os Estados Unidos no último dia 9. O acordo foi assinado entre o administrador da Nasa, Bill Nelson, e o ministro da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão (MEXT), Masahito Moriyama.

A União Soviética liderou praticamente toda a corrida espacial – primeiro satélite no espaço, primeiro homem no espaço, entre outras grandes marcas. Entretanto, no quesito pousar na Lua, os Estados Unidos conseguiram ultrapassá-los. Após o pouso pelos EUA na Lua, o trabalho e custos de se pousar na Lua passaram a não mais fazer sentido para os soviéticos, que pararam de tentar de pousar e focaram seus esforços em outras batalhas frias com os EUA. Assim, até hoje, somente 12 astronautas estadunidenses pousaram na Lua.

Os Estados Unidos estão, agora, em corrida para lançar ao espaço a missão Artemis, que dele levar o ser humano de volta à Lua e iniciará uma série de estudos para viabilizar futuras expansões espaciais, com por exemplo, viagens tripuladas para Marte.

Japão enviará astronauta para a Lua

Assim, o Japão se ofereceu para ajudar os estadunidenses com sua tecnologia. O país asiático ficou encarregado de desenvolver um rover pressurizado, que poderá andar tripulado ou não tripulado pela Lua. O projeto une forças da Toyota e da Mitsubishi com a JAXA, agência espacial do Japão.

Em troca, os EUA abrirão espaço para um astronauta japonês integrar a equipe, e assim, o Japão enviará astronauta para a Lua. Ainda não foi divulgado o nome desse astronauta.

“A busca pelas estrelas é liderada por nações que exploram o cosmos abertamente, em paz e juntas. Isso é verdade para os Estados Unidos e o Japão sob a liderança do presidente Biden e do primeiro-ministro Kishida”, disse Bill Nelson em um comunicado da NASA. “Os Estados Unidos não andarão mais na Lua sozinhos. Com este novo rover, descobriremos descobertas inovadoras na superfície lunar que beneficiarão a humanidade e inspirarão a Geração Artemis.”

Se os prazos da NASA forem cumpridos, as missões Artemis se iniciarão já em 2025 e os primeiros pousos tripulados na Lua ocorrerão em 2026.

No dia 10, Joe Biden, presidente dos EUA e Fumio Kishida, primeiro-ministro japonês, anunciaram “um objetivo comum para um cidadão japonês ser o primeiro astronauta não americano a pousar na Lua em uma futura missão Artemis, assumindo que importantes referências sejam alcançadas”.

Os dois países também preveem uma colaboração para o desenvolvimento do satélite SOLAR-C do Japão. Além disso, tecnologias japonesas já integram outros equipamentos que serão utilizados na missão Artemis.

O rover japonês

O Japão é mestre na fabricação de carros, e quer expandir sua tecnologia para fora do planeta Terra.

O rover japonês, apelidado pela Toyota de Lunar Cruiser, poderá transportar dois astronautas por até 30 dias, sem a necessidade de trajes especiais. Ele será um verdadeiro habitat e laboratório móvel. Em caso de emergência, poderá levar até quatro pessoas.

Japão enviará astronauta para a Lua, e o rover como parte do acordo. Imagem: Toyota.

O veículo será grande, com suas medidas sendo de 6 metros de comprimento, 5,2 metros de largura e 3,8 metros de altura.

“Sob a parceria mais forte do que nunca, conduziremos a iniciativa junto com a JAXA, incluindo o desenvolvimento do rover pressurizado que amplia amplamente a capacidade de exploração na superfície lunar, para realizar o objetivo compartilhado para astronautas japoneses e americanos de, juntos, explorar a Lua”, diz Moriyama.

O veículo dará uma ótima autonomia para os astronautas se moverem através da Lua, atingindo diversos objetivos técnico e científicos da missão.

“O rover pressurizado será uma contribuição poderosa para a arquitetura geral do Artemis, já que o Japão e os EUA andam de mãos dadas com parceiros internacionais e da indústria para a superfície lunar e além”, disse Yamakawa. “A JAXA está pronta para ajudar a MEXT e levar isso adiante com nossa ciência e experiência tecnológica para estabelecer a presença humana sustentável na Lua.”