Em busca de um jardim mais verdejante e produtivo, muitos entusiastas da jardinagem recorrem a métodos alternativos para melhorar a saúde do solo. No entanto, um aditivo popular, a borra de café, pode não ser a solução mágica que muitos esperam.

É comum pensar que, ao invés de descartar o resíduo do café da manhã, poderíamos usá-lo para enriquecer o solo do jardim. Afinal, a borra de café contém nutrientes essenciais para o crescimento das plantas, como o nitrogênio. Entretanto, existem alguns pontos importantes que devem ser considerados antes de adicionar a borra de café ao seu jardim.

A borra de café é altamente ácida, sendo mais adequada para plantas que preferem solos ácidos, como azaleias e mirtilos. Além disso, se o solo já for rico em nitrogênio, o acréscimo proveniente da borra de café pode prejudicar o crescimento de frutos e flores.

O grande problema com a borra de café é seu conteúdo de cafeína. As plantas produzem cafeína como uma forma de competição, matando outras plantas na área circundante.

Assim, mesmo que pensemos que todo o conteúdo de cafeína foi extraído durante o preparo do café, estudos mostram que ainda pode haver até 8 miligramas de cafeína por grama de borra de café usada.

Um estudo publicado em 2016 na revista Urban Forestry & Urban Greening apontou que a aplicação direta da borra de café em solos de agricultura urbana reduz significativamente o crescimento das plantas.

Mesmo quando compostada com outros resíduos orgânicos — uma prática recomendada — a borra de café pode prejudicar a fauna do solo, como as minhocas. Além disso, a cafeína contida na borra tem propriedades antibacterianas, prejudicando as bactérias benéficas presentes no solo.

Agora você já sabe. Da próxima vez que for tomar seu café e for jogar a borra fora, pense duas vezes antes de jogar nas suas plantas, por mais tentador que seja.