Metais de terras raras podem estar escondidos em minas de carvão, conforme novas descobertas. Esses materiais são essenciais para a produção de muitos itens tecnológicos e, portanto, essenciais para a humanidade.
Os metais de terras raras são essenciais para a indústria nos dias de hoje, pois compõem catalisadores, materiais luminescentes, magnetos, supercondutores etc. No total, são 17 os produtos minerais chamados de terra rara.
Embora relativamente abundantes na crosta terrestre, os metais de terras raras não são abundantes em minerações, já que são difíceis de minerar por algumas razões químicas. Dessa maneira, são bastante caros.
A Ásia detém a maior parte das reservas de metais de terras raras no mundo, e a China é, de longe, o maior produtor do material. Enquanto, no ano de 2022, a China produziu 210.000 toneladas de metais de terras raras, os Estados Unidos, segundo maior produtor, produziram 43.000 toneladas no mesmo período, praticamente um quinto do produzido pelo primeiro colocado.
Décimo maior produtor mundial, o Brasil possui reservas consideráveis de metais de terras raras, na cada de dezenas de milhões de toneladas, mas a produção ainda é baixa, e foi de apenas 80 toneladas em 2020.
Para reduzir a dependência na China na produção de metais de terras raras, os EUA estão investindo pesado na busca por esses materiais em seu território.
Metais de terras raras podem estar escondidos em minas de carvão
Metais de terras raras podem estar escondidos em minas de carvão, e, assim, um novo estudo estevem em busca de correlacionar a presença de carvão mineral com a de terras raras. O estudo foi publicado em abril no periódico Frontiers in Earth Science.
“Embora o enriquecimento de elementos de terras raras tenha sido associado aos carvões dos Apalaches, houve uma avaliação mais limitada dos carvões do oeste dos EUA”, relatam os pesquisadores no artigo.
Por meio da fluorescência de raios X e espectrometria de massa, os pesquisadores buscaram por indícios de cada um dos 17 elementos pertencentes à família da ta terra rara.
Com essas análises, os pesquisadores descobriram que entre 24% e 45% das rochas de xisto e siltito nas proximidades de depósitos de carvão mineral tinham, ao menos, 200 partes por milhão (ppm) de terras raras.
Em rochas vulcânicas, 100% das amostras continham metais de terras raras em 200 ppm ou mais.
“Eles estão nessas unidades cinzas de xisto ou lama que estão acima e abaixo dos carvões. Se você já está minerando a costura do carvão, você pode imaginar um modelo em que você pega alguns dos xistos acima e abaixo”, disse ao Live Science Lauren Birgenheier, geóloga da Universidade de Utah.
Conforme o portal, para o Departamento de Energia dos EUA, uma concentração de 300 ppm de elementos de terras raras já é considerada viável para a mineração.
Embora um pouco abaixo, o estudo buscou por depósitos a partir de 200 ppm por razões exploratórias. Entretanto, ainda é necessário entender melhor quais desses depósitos encontrados são viáveis para a mineração.
Conforme Birgenheier explicou ao Live Science, os leitos de carvão formaram-se, no oeste do estado de Utah e do Colorado, no EUA, em um ambiente de pântano com a presença de turfas.
Com o tempo, esses metais se integraram às camadas de rochas vulcânicas e organismos biológicos, ou seja, ora vivos, e que se transformaram em carvão.
Conforme os processos geológicos continuaram a ocorrer, esses metais de terras raras devem ter escapado do carvão e se alojado nas rochas adjacentes.
“Esses resultados apoiam a utilização de minas ativas e pilhas de resíduos de processamento de carvão para o futuro da extração doméstica de elementos de terras raras, oferecendo soluções econômicas e ambientais para demandas globais urgentes”, diz a equipe no artigo.
Embora em outros locais a história possa ser um tanto diferente, a pesquisadora reitera que outras regiões dos EUA também estão estudando a correlação entre presença de carvão e metais de terras raras.