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Acolher as emoções e compreender que não é errado senti-las é o primeiro passo para sair desse transe. Explore outras chaves e passe por esta fase de forma mais completa.

Última atualização: 24 de fevereiro de 2024

Tal como acontece com aqueles que questionam as suas realizações quando atingem a meia-idade, entre os 20 e os 30 anos ocorre frequentemente um dilema conhecido como crise do quarto de vida. Trata-se do conflito que algumas pessoas sofrem nessa década, em que Ansiedade, angústia e frustração colorem um período que deveria ser (segundo os cânones) de autodescoberta e sucesso.

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O que caracteriza esse processo? Afeta todos os indivíduos dessa idade? E, o mais importante, é possível evitá-lo ou enfrentá-lo sem muito desconforto? Responderemos a todas essas perguntas de forma concisa.

Qual é a crise do quarto de vida?

Embora não seja uma síndrome ou doença, este transe pessoal, também conhecido como crise do quarto de século, é um fenómeno descrito e estudado em jovens entre os 20 e os 30 anos. Como acontece com quem vive a crise dos 40, Estes expressam grande insatisfação com suas conquistas de vida e sentem-se apreensivos com o futuro, especialmente quando comparado com gerações anteriores, como baby boomers ou geração

Este período de estresse, confusão e ansiedade está enraizado na incerteza, alimentada pela crise económica, laboral, ambiental e geopolítica. São meninos que, aproximando-se da terceira década de vida, fazem grandes esforços para prosperar e encontrar seu lugar no mundo, mas com pouco ou nenhum sucesso.

Somam-se a tudo isso novas pressões, necessidades e obrigações. para os quais, geracionalmente, não estavam preparados: redes sociais, produtividade desenfreada, novas formas de relacionamento e um longo etc. Essas pressões assumiram novas formas e a concepção de trabalho e de relações interpessoais mudaram, mas não vieram acompanhadas de um manual de instrução cultural.

O que posso fazer para superar a crise do quarto de vida?

As chances de sofrer uma crise de vida aumentam em um mundo que foi prometido brilhante e que se revelou ameaçador. Porém, em momentos de necessidade também é possível capacitar-se e alcançar a reconciliação consigo mesmo. Vejamos algumas dicas para conseguir isso.

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1. Aceite e valide suas emoções

O primeiro passo, antes de implementar qualquer outro tipo de estratégia, é validar-se. As emoções não podem ser controladas e têm uma utilidade muito grande: responder ao ambiente para sobreviver.

Quando o futuro está tingido de catástrofe e o presente não é o que desejamos, é lógico que as emoções mais comuns sejam a ansiedade e a frustração. Você não é fraco nem deve esconder o seu desconforto, mas abrace-o, aceite-o e deixe-o guiá-lo nas ações necessárias para melhorar a sua situação.

2. Analise a sua realidade e não se deixe levar por preconceitos

Você provavelmente já ouviu as expressões “geração de vidro” e “cultura de esforço”. Sim, é verdade que todos devemos treinar para sermos mais resilientes e trabalhar arduamente pelos nossos sonhos, mas numa perspectiva mais gentil do que as exigências e os julgamentos de valor.

Você sabe o quanto trabalhou duro para atingir seus objetivos. É importante que você não se deixe levar pelas expectativas que foram depositadas em você. e analise o que você pode controlar e o que não pode.

3. Não se compare com os outros

É fácil cair em comparações com redes sociais disponíveis 24 horas por dia e sob o peso das expectativas das gerações anteriores. A internet está inundada de vidas perfeitas, corpos canônicos, positividade tóxica e pessoas que afirmam se sentir realizadas dentro de um sistema de produtividade prejudicial à saúde.

Uma das ações que favorece a sua saúde mental é limitar a exposição a essas mensagens de pressão social. Para superar a crise da meia-idade, concentre-se nas suas conquistas e no que deseja melhorar, recompensando-se cada vez que atingir uma meta e criticando construtivamente os seus fracassos.

4. Persiga seus objetivos em pequenos passos

Outro efeito das elevadas expectativas que foram depositadas no millenial e a geração Z cairá na grandiosidade e no imediatismo. É claro que você se vê longe daquele trabalho de sucesso e com um grande salário, pois até chegar nesse ponto há muitas pequenas vitórias e também erros.

Como estratégia contra a frustração, escreva uma meta e os passos necessários para alcançá-la. Trace esses objetivos tanto quanto precisar e reforce-se sempre que riscar um deles. Assim, o exemplo do emprego dos sonhos será o descanso do guerreiro após aproveitar a viagem até ele.

5. Ajuste suas expectativas

Muitas das pessoas que hoje vivem a crise do quarto de vida enfrentam a decepção de uma série de ideias que as tornaram grandes: conseguir uma carreira, ter um ótimo emprego, ter uma casa antes dos 30 anos, manter um relacionamento amoroso para muitos anos, etc

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No entanto, embora seja doloroso no início, É pertinente analisar o presente e ajustar até onde se quer chegar. Ainda há muito futuro pela frente aos 25 anos, mas é melhor aprender a se aceitar do que se flagelar a vida toda por algo irrealizável.

6. Não abandone o seu autocuidado

Outra das duras realidades da crise do quarto de vida é que a saúde é muitas vezes sacrificada. A “cultura do esforço” em que as gerações recentes foram criadas determina que grandes sacrifícios têm enormes recompensas; mas já está provado que não é esse o caso.

Embora seja difícil num modelo econômico onde abunda a exploração laboral e a falta de tempo, é muito importante encontrar espaços para o autocuidado: alimentar-se bem, praticar exercícios, descansar durante o sono, ter lazer consciente e relacionamentos saudáveis.

Quando o futuro não traz garantias de bem-estar, o cuidado no presente será o seguro para manter a qualidade de vida com o passar dos anos.

7. Crie laços de qualidade

Ninguém é uma ilha. A crença cultural de que um indivíduo pode ser independente é uma falácia, uma vez que somos animais gregários que contribuem para a sociedade e ao mesmo tempo bebem dela.

Cerque-se de pessoas que o apoiam e de quem vale a pena cuidar. Organize-se e absorva os benefícios do coletivo, pois a pior coisa que pode acontecer a alguém que carrega um peso grande é fazer isso sozinho.

8. Abrace sua identidade atual

Você não será a mesma pessoa daqui a um ano, ou talvez até daqui a um mês. O ideal não é permanecer estático, mas encontrar o cerne da sua identidade nas mudanças que você vivencia. Abrace seus hobbies, lute pelos seus ideais, reflita criticamente e não tenha medo de mudar se isso o tornar melhor. Sempre será você.

9. Procure ajuda profissional

Todas essas dicas podem não ser suficientes quando sua saúde mental está piorando. Se você tiver a possibilidade de contar com a ajuda de um profissional de psicologia, Não hesite em ir à consulta, pois lá você desenvolverá plenamente essas indicações e você adquirirá ferramentas para se sentir melhor.

Tanto no nível institucional quanto nos grupos populares, você encontra recursos de baixo custo ou gratuitos. Descubra quais estão na sua área, caso você não tenha condições de pagar por um serviço privado.

Consequências deste transe na saúde mental

As pessoas que passam por uma crise de um quarto de vida são frequentemente vítimas das suas circunstâncias. Muitos não conseguem tornar-se independentes da casa dos pais ou acham impossível melhorar as suas condições. A ausência de oportunidades de emprego e, em geral, de apoio do sistema, é típica desta geração. E são diversas as consequências que derivam deste contexto. Aqui estão os mais comuns:

  • Frustração geral.
  • Crise de identidade pessoal.
  • Insegurança quanto ao futuro.
  • Sentimentos de isolamento e solidão.
  • Repensando amizades e relacionamentos amorosos.
  • Tendência à radicalização de ideias de natureza ideológica.
  • Comparação com o resto dos pares (“o resto está melhor do que eu”).
  • Baixa autoestima (“Não sou bom o suficiente para atingir meus objetivos”).
  • Dificuldades de adaptação à vida após os estudos e ao mercado de trabalho.

Capacite-se em tempos de crise

Os transtornos de ansiedade têm prevalência de 35-40% nos homens e 60-80% nas mulheres, quando se fala de pessoas entre 20 e 30 anos. Esta pandemia, que afecta principalmente grupos desfavorecidos, despertou também uma onda de resistência à opressão dos tempos actuais.

A cultura do individualismo, do consumismo sem fim e da pressão social têm tentado isolar os indivíduos, fazendo-os esquecer que o coletivo dá resultados maiores do que a soma das suas partes. Portanto, no contexto desta crise etária, não hesite em associar-se a outras pessoas, em ajudar e pedir ajuda, porque já não é um tempo de heróis, mas de tribos.

Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e apaixonado por tecnologia, atualmente trabalho com projetos web e tenho orgulho de ser o idealizador do site Solte a Palavra.