Cientistas desenvolveram um novo chip de imagem que poderá dar aos futuros smartphones a capacidade de ver através de paredes e objetos, semelhante à visão de raios-x do super-herói dos quadrinhos, o Super-Homem.

O chip experimental, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Nacional de Seul e da Universidade do Texas em Dallas, usa sinais de rádio de alta frequência na faixa de ondas milimétricas (mmWave) do espectro eletromagnético para detectar objetos atrás de barreiras.

Uma década e meia de criação

O desenvolvimento do chip foi uma longa jornada, que levou 15 anos de trabalho e um aprimoramento de 100 milhões de vezes no desempenho do pixel para torná-lo pequeno o suficiente para caber em um dispositivo móvel.

“Projetamos o chip sem lentes ou ótica para que ele pudesse caber em um dispositivo móvel. Os pixels, que criam imagens detectando sinais refletidos de um objeto-alvo, têm o formato de um quadrado de 0,5 mm, aproximadamente o tamanho de um grão de areia”, disse Wooyeol Choi, professor assistente de engenharia elétrica da Universidade Nacional de Seul e coautor do artigo publicado na revista IEEE Transactions on Terahertz Science and Technology.

Imagem: UT Dallas

Aplicativos em potencial

Os pesquisadores acreditam que a nova tecnologia de geração de imagens poderia ter uma ampla gama de aplicações, além de apenas espiar através de paredes e dentro de envelopes. Eles sugerem que ela pode ser usada na medicina e na área da saúde, de forma semelhante à tecnologia usada nos scanners de passageiros nos aeroportos, mas sem o uso de micro-ondas potencialmente prejudiciais.

“Essa tecnologia é como a visão de raios-x do Super-Homem. É claro que usamos sinais de 200 gigahertz a 400 gigahertz em vez de raios-x, que podem ser prejudiciais”, disse Kenneth O, professor de engenharia elétrica da Universidade do Texas em Dallas.

Limitações e desenvolvimentos futuros

Ao contrário da visão de raios-x do Super-Homem, a iteração atual do chip de imagem só pode ser usada a uma distância muito próxima, aproximadamente 2,5 cm do objeto que está sendo escaneado. Essa limitação garante que a tecnologia não possa ser usada secretamente para escanear o conteúdo da bolsa ou dos bolsos de alguém sem o seu conhecimento.

Os pesquisadores já estão trabalhando na próxima versão do chip, que será projetado para escanear objetos a uma distância um pouco maior, de até 12,7 cm (5 polegadas), tornando-o mais adequado para capturar objetos pequenos.