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Um cão-guia robô em fases finais de desenvolvimento pode revolucionar a acessibilidade para deficientes visuais.

A China ainda não é um lugar muito amigável para cães guias. Segundo o Interesting Engeneering, há, no país, cerca de 400 cães-guia para 20 milhões de cegos. Isso ocorre, segundo o portal, porque os espaços públicos, como locais de trabalho e restaurantes, não são receptivos a animais.

Há, também, a questão de treinamento. Um cão precisa ser treinado para servir de guia para deficientes visuais. O treinamento não é fácil, nem barato, e é difícil de escalar, já que um treinador precisa dar muita atenção a um cão por algum tempo e, dado a quantidade de pessoas cegas pelo mundo – dezenas de milhões de pessoas, há uma falta desses animais treinados.

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Um cão-guia pode custar 50 mil dólares, entre custos de compra e treinamento. Além disso, treinar o animal pode levar de dois a três anos.

Aliando os dois fatores, cães robôs seriam especialmente úteis, e a China, como um local pouco receptivo a cães-guia e berço de muitas novas tecnologias, é um local bastante fértil para o desenvolvimento da tecnologia.

Um cão-guia robô pode ser facilmente replicado, pois não necessita de um longo treinamento. Basta a produção do hardware, das peças móveis e a instalação de um software.

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“É um pouco como carros. Posso produzi-los em massa da mesma forma que os carros, então se tornará mais acessível”, disse à Reuters o professor Gao Feng. “Acho que este pode ser um mercado muito grande, porque pode haver dezenas de milhões de pessoas no mundo que precisam de cães-guia.”

Gao Feng é chefe da equipe de pesquisa da Escola de Engenharia Mecânica da Universidade Jiao Tong, em Xangai, na China.

Cão-guia robô

Imagem: Universidade Jiao Tong de Xangai.

Um cão-guia robô já está sendo testado em campo na China.

O robô possui tamanho médio, cerca do mesmo tamanho de um Bulldog inglês. Além disso, o robô possui seis patas para mantê-lo mais estável. Segundo os cientistas, seis patas são melhores do que quatro para ele.

“Quando três pernas são levantadas, ainda há três pernas… como o tripé de uma câmera. É a forma mais estável”, diz Feng.

Por meio de um sistema baseado em inteligência artificial, o robô pode se comunicar com o operador ouvindo e falando. Ele é capaz de planejar rotas e até mesmo identificar semáforos abertos ou fechados, melhorando a mobilidade de pessoas cegas e permitindo um passeio mais seguro pela cidade.

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“Se esse cão-guia robô chegar ao mercado e eu puder usá-lo, pelo menos poderia resolver alguns dos meus problemas em viajar sozinho”, disse à Reuters Li Fei, de 41 anos, que é completamente cega e é uma dos testadores do cão-guia robô.

“Por exemplo, se eu quiser ir para o trabalho, para o hospital ou para o supermercado (agora) não posso sair sozinha e devo estar acompanhada da minha família ou de voluntários”, completa Li.

Zhu Sibin, de 42 anos de idade, é cônjuge de Li Fei e, com a visão quase toda comprometida, também está fazendo parte da equipe de testes do robô.

Com velocidade máxima de quase 11 km/h, o robô pode atender tanto caminhadas lentas, quanto corridas leves em trote.

Durante os testes, os operadores, que possuem deficiência visual, dão feedbacks em tempo real. Esses feedbacks estão sendo utilizados pelos pesquisadores para refinar e aprimorar as habilidades do robô.

O robô conta com suporte de big data para seu aprendizado e utilização dos dados em sua utilização diária.

A tecnologia ainda não é acessível, mas com seu desenvolvimento e refinamento, além da produção em massa, futuramente pode ser muito mais barato e simples de se ter do que um cão-guia real, além de poder aprender e ajudar além do que um cão, já que ele não pode ler ou falar, coisas que um robô pode facilmente fazer.