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Em uma recente aparição no “Squawk Box” da CNBC, Tom Lee, CIO e chefe de pesquisa da Fundstrat Capital, sugeriu que o Bitcoin ainda pode ter um caminho para cair antes de registrar uma recuperação substancial. Durante o segmento de 13 de janeiro, Lee falou sobre as preocupações mais amplas do mercado – como inflação, rendimentos de títulos e lucros – antes de traçar um paralelo com o espaço criptográfico, especificamente a trajetória do Bitcoin.

O Bitcoin poderia chegar aos US$ 50.000?

“O Bitcoin caiu cerca de 15% em relação aos seus máximos, o que para um ativo hipervolátil é uma correção normal e acompanha a liquidez global. Estamos no início do ciclo de redução pela metade”, observou Lee, ressaltando que oscilações de preços dessa magnitude são comuns no domínio dos ativos digitais. Ele também elaborou marcadores técnicos que indicam volatilidade futura, afirmando: “Um nível seria de US$ 70.000”.

Um cenário menos provável, mas ainda possível, é uma queda nos US$ 50.000. “Poderia chegar a US$ 50 mil. Mas isso novamente não é um novo nível. É onde ele toca antes de começar a se recuperar”, observou Lee.

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A perspectiva de Lee pinta um quadro de um movimento de preços duplo para o Bitcoin: uma queda potencial para os “US$ 50.000”, seguida por uma subida que pode chegar, em suas palavras, “talvez US$ 200.000 ou US$ 250.000”. Ele observou que, apesar da possibilidade de um movimento descendente, os detentores de longo prazo não deveriam ser dissuadidos.

“Bitcoin é algo em que você precisa se concentrar no longo prazo. Não creio que alguém esteja perdendo dinheiro comprando aqui por US$ 90 mil. Se eles estão tentando cronometrar isso, talvez tenham sorte e chegue a US$ 70.000, mas para mim, o Bitcoin pode ser significativamente mais alto este ano, talvez US$ 200.000 ou US$ 250.000. Portanto, acho que US$ 90.000 ainda é um excelente ponto de entrada”, afirmou o CEO da Fundstrat.

Os comentários de Lee ocorreram em meio a uma discussão mais ampla sobre a dinâmica do mercado. A conversa começou com a recente queda nas ações e se a decisão do Federal Reserve de interromper os cortes nas taxas poderia assustar os investidores. Lee apontou os próximos dados de inflação como um pivô crítico, explicando: “Estamos corrigindo há quase um mês… Gostaria que o IPC ficasse abaixo de 2,5% ou mais. Acho que isso daria aquele choque de confiança aos mercados, além dos lucros.”

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Ele prosseguiu destacando o que considera ser um ruído de curto prazo em torno das estatísticas de inflação, que foram confusas por eventos externos, como furacões e incêndios. “Os furacões do ano passado confundiram parte da qualidade da inflação porque, por exemplo, as reservas de hotel aumentariam… Também irão confundir os preços dos automóveis usados”, disse Lee, acrescentando que, uma vez eliminadas estas anomalias, a inflação geral poderá registar uma descida.

Ao discutir a política da Reserva Federal, Lee manteve uma posição equilibrada, dizendo: “Penso que o melhor caso é a Reserva Federal fazer um corte porque a economia está suficientemente forte e eles ainda são pacíficos… Eles farão o seu caminho para a neutralidade. Se empurrarem os cortes para 2026 e 2027, será uma taxa mais longa para apoiar os mercados.” Ele acredita que os mercados continuam sensíveis à incerteza política, especialmente sob uma nova administração.

Quando questionado se as ações estavam sobrevalorizadas, Lee traçou um paralelo com os rendimentos das obrigações: “Para mim, o PE a dez anos, mesmo que chegue a 5%, é um múltiplo de 20 PE numa obrigação a dez anos… O PE médio é de 17 vezes. Acho que as ações estão proporcionando um valor muito melhor do que um título neste momento.”

Até o momento, o BTC era negociado a US$ 95.618.

Preço BTC, gráfico de 1 semana | Fonte: BTCUSDT em TradingView.com

Imagem em destaque criada com DALL.E, gráfico de TradingView.com