Em um universo repleto de aproximadamente 100 bilhões de galáxias, cada uma apresenta uma dança cósmica única.
Enquanto algumas galáxias exibem estrelas que orbitam em trajetórias circulares sincronizadas, criando um efeito harmônico de cata-vento, outras exibem um comportamento mais tumultuado.
As estrelas dentro dessas galáxias podem ser observadas seguindo trajetórias desorganizadas, variando de elipses alongadas a órbitas severamente inclinadas em relação ao coração gravitacional da galáxia.
A percepção desse caos estelar emerge de um estudo liderado por Scott Croom, astrônomo da Universidade de Sydney.
A equipe de Croom propõe que a idade de uma estrela desempenha um papel fundamental em seu movimento dinâmico. À medida que as estrelas envelhecem, elas aparentemente têm mais oportunidades de se envolver no que pode ser descrito como comportamento indisciplinado.
Sua pesquisa, que contribui para nossa compreensão da evolução galáctica, foi documentada na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Os pesquisadores exploraram a dinâmica das populações galácticas, discernindo uma tendência ao caos em estrelas envelhecidas.
Utilizando o avançado instrumento SAMI do Siding Spring Observatory, Croom e sua equipe pesquisaram cerca de 3.000 galáxias para verificar as relações entre a idade, a massa e a posição social de uma galáxia no cosmos — seja ela solitária ou parte de um aglomerado movimentado — e o movimento de suas estrelas.
O ponto crucial de suas descobertas ilustra que não é a idade cronológica da galáxia que importa, mas o tempo decorrido desde que ela deixou de produzir estrelas.
Galáxias ativas de formação de estrelas, como aquelas com regiões semelhantes à Nebulosa de Órion da Via Láctea, reabastecem constantemente suas estrelas jovens, mantendo a população galáctica jovem.
Por outro lado, as galáxias que estão fora da idade do combustível de formação de estrelas e seus habitantes estelares se afastam dos discos de formação e se desorganizam.
“Quando as estrelas têm muito gás para alimentar a formação de novas estrelas, elas geralmente mantêm um fino disco rotativo”, explica Croom.
É esse gás mais frio e calmo que embala as estrelas em órbitas previsíveis. Entretanto, a interrupção desse processo deixa as estrelas mais velhas sujeitas aos caprichos da dinâmica galáctica.
À medida que as estrelas perdem sua dança circular e constante em torno do coração gravitacional de suas galáxias, elas iniciam um balé caótico influenciado por encontros próximos e pela transformação das características da galáxia, como a formação de barras no centro da galáxia espiral NGC 1566.
O papel do ambiente, embora significativo na determinação da atividade de formação de estrelas de uma galáxia e, portanto, de sua coreografia gravitacional, é menos influente do que se acreditava anteriormente.
Apesar da dinâmica aglomerada dos aglomerados propensos a sufocar a formação de estrelas, o estudo revelou que, enquanto uma galáxia continua a gerar estrelas, sua dança permanece ordenada.
As galáxias, independentemente de seu status social nas várias densidades dos aglomerados de galáxias, seguem essa regra de envelhecimento das estrelas.
As galáxias jovens, com formação de estrelas, preservam sua graciosa valsa pelo espaço, enquanto suas contrapartes mais antigas refletem uma dança turbulenta.