Durante a abertura da WWDC 2024, uma das críticas levantadas pelo público foi a exclusividade da plataforma de inteligência artificial (IA) da Apple para dispositivos mais potentes. Em resposta a essa preocupação, a empresa ofereceu uma explicação mais detalhada.
A empresa esclareceu os motivos técnicos que justificam a necessidade de hardware avançado para o funcionamento ideal da sua plataforma de IA, destacando que o desempenho robusto e a capacidade de processamento aprimorada desses aparelhos são essenciais para suportar as demandas exigentes da nova tecnologia.
Apenas iPhones mais novos rodam o Apple Intelligence
A parte técnica das operações foi explicada por John Giannandrea, chefe da divisão de IA e aprendizado de máquina da Apple, durante uma entrevista com o jornalista Jeff Gruber no Talk Show Live From WWDC 2024.
Giannandrea elucidou que os modelos de linguagem que rodam diretamente nos dispositivos exigem uma quantidade significativa de recursos, necessitando de certos pré-requisitos de hardware para funcionar de maneira eficiente.
Além disso, ele mencionou que, embora seja tecnicamente possível instalar a plataforma em aparelhos mais antigos, isso resultaria em uma experiência comprometida. “Teoricamente, você pode executar os modelos em um dispositivo muito antigo, mas seria tão lento que não seria prático”, explicou.
Como o Apple Intelligence funciona
Giannandrea explicou que o Apple Intelligence opera utilizando múltiplos modelos de linguagem simultaneamente, ativando-os conforme a função desejada pelo usuário. Esse procedimento, conhecido como inferência, é especialmente exigente em termos de recursos computacionais, particularmente no caso de modelos de linguagem de grande escala.
Ele detalhou que a complexidade desse processo se deve a vários fatores: a largura de banda necessária no dispositivo, o tamanho do motor neural da Apple e a energia do dispositivo necessária para executar esses modelos rapidamente. “É uma combinação de todos esses elementos que torna a operação extremamente custosa do ponto de vista computacional,” esclareceu o executivo.
Quantidade de aparelhos compatíveis limitada
Adicionando às explicações técnicas, o chefe de marketing da Apple, Greg Joswiak, destacou que a decisão de restringir a compatibilidade do Apple Intelligence a certos dispositivos não foi meramente uma estratégia de marketing. Se fosse esse o caso, a Apple poderia ter reduzido ainda mais a quantidade de aparelhos capazes de utilizar a nova plataforma.
Atualmente, a plataforma de inteligência artificial está disponível apenas nos modelos mais avançados de smartphones da Apple: o iPhone 15 Pro e o iPhone 15 Pro Max. Esses aparelhos são equipados com o poderoso processador A17 Pro e possuem 8 GB de RAM, características que os diferenciam significativamente do iPhone 15 tradicional.
Evidentemente, essas especificações elevadas são essenciais para lidar com as demandas intensivas de processamento da plataforma de IA, garantindo assim um desempenho eficiente e satisfatório para os usuários.
Macs e iPads
Para que Macs e iPads sejam compatíveis com a Apple Intelligence, é necessário que eles possuam, no mínimo, um processador M1. A Apple planeja lançar esta nova plataforma de inteligência artificial em conjunto com o iOS 18.
A versão estável do iOS 18 está programada para ser disponibilizada em setembro deste ano, marcando a chegada oficial da Apple Intelligence aos dispositivos compatíveis.
Uso de IA em aparelhos celulares
O uso de IA em aparelhos celulares tem revolucionado a maneira como interagimos com os dispositivos e melhorado significativamente a funcionalidade e a eficiência dos smartphones.
Desse modo, a IA é implementada em diversas áreas, proporcionando experiências mais personalizadas, seguras e convenientes para os usuários. Entre os principais exemplos de como a IA é utilizada em celular podemos destacar as assistentes virtuais, como Siri da Apple, Google Assistant e Amazon Alexa que usam IA para responder a comandos de voz, realizar tarefas e fornecer informações.
Ademais, a IA também é utilizada para melhorar a qualidade das imagens, no reconhecimento facial e segurança, em aplicativos de saúde e bem-estar, no desempenho e em uma série de outras funções.