Os parasitas estão entre as maiores ameaças ao bem-estar dos organismos vivos, incluindo os seres humanos. Estes organismos microscópicos têm a capacidade de infectar seus hospedeiros, provocando uma variedade de doenças que podem ser letais.

Dentre a vasta gama de parasitas, alguns se destacam por causar infestações devastadoras, as quais podem resultar em sérios danos à saúde e até mesmo levar à morte. Conheça alguns dos parasitas mais mortais da natureza:

Figueira-matança

Uma figueira estranguladora no pantanal matogrosense. Imagem: vfunction

Essa planta tem a capacidade de crescer dentro da copa de uma árvore hospedeira. Nativa da Flórida e das Antilhas, a figueira-matança se destaca entre as 900 espécies de figos pelo seu método de sobrevivência singular.

Iniciando seu ciclo como uma planta aérea, suas sementes aderem fortemente, grudando-se aos troncos de outras árvores. Elas encontram moradia nas rachaduras da casca da árvore hospedeira. Com o tempo, as raízes da figueira-matança se expandem em busca de solo e nutrientes, envolvendo progressivamente o hospedeiro em um abraço fatal.

Embora o ataque possa ser interrompido nos estágios iniciais, raízes robustas sinalizam um destino inevitável para o hospedeiro.

Fungo Cordyceps

Imagem: LEX HYDE / NATURE PICTURE LIBRARY

O gênero Cordyceps abrange uma vasta gama de fungos parasitas que atuam de maneira única e letal nos organismos que infectam. O Ophiocordyceps unilateralis é uma das espécies mais conhecidas deste grupo, afetando primariamente insetos. Ao contrário de outros organismos que se desenvolvem através de estágios como larva ou pupa, esse fungo propaga-se através de esporos que infectam o hospedeiro. Uma vez que o inseto foi infectdo, o fungo permanece latente, consumindo nutrientes do hospedeiro até que não reste nada, o fungo então enche o corpo com esporos reprodutivos e “obriga” o inseto a buscar uma altitude mais elevada para que possa liberar os esporos de seu corpo em decomposição e infectar mais criaturas.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia estudaram formigas infectadas e descobriram que, apesar da mudança de comportamento, não há presença do fungo nos cérebros dos insetos.

Uma versão fictícia e mutante do Cordyceps foi usada como inspiração no popular jogo de video game The Last of Us e subsequentemente numa série televisiva da HBO, estrelada por Pedro Pascal e Bella Ramsey, onde um apocalipse é desencadeado.

Vermes Gordianos

Verme de crina Gordius aquaticus emergindo do grilo Anonconotus alpinus. Imagem: Roger de La Grandière.

Os vermes gordianos, cientificamente chamados Gordius aquaticus são parasitoides que se desenvolvem dentro de insetos como gafanhotos, besouros, baratas e grilos. Eles seguem um ciclo de vida característico, descrito abaixo:

  • Ovo: Depositado em ambiente aquático, inadvertidamente ingerido por um inseto.
  • Larva pré-parasitária: Eclosão a partir do ovo dentro do hospedeiro.
  • Larva parasítica: Crescimento e desenvolvimento do verme jovem, agora parasitando ativamente o hospedeiro.
  • Adulto: Induz o hospedeiro a se afogar, permitindo que o verme adulto deixe o corpo em segurança na água.

Estes vermes emergem de seus hospedeiros em ambientes aquáticos para completar seu ciclo de vida. Diferente de outros parasitoides que podem ser mais agressivos, os vermes gordianos apenas provocam a morte do hospedeiro para liberar-se e não têm intenção de infectá-los inicialmente.

Moscas Tachinidae

Imagem: Wikimédia commons

Moscas tachinidae, insetos parasitários comparáveis às vespas parasitoides, são conhecidas por depositar ovos em hospedeiros específicos. Na Califórnia, foram identificadas mais de 400 espécies destas moscas, cada uma com preferências precisas para reprodução.

Cada espécie de tachinidae escolhe um inseto diferente para depositar seus ovos. As larvas se alimentam internamente do hospedeiro, começando por órgãos não essenciais e quando atingem o estágio de pupa completamente desenvolvida, eles consomem os órgãos vitais do inseto e emergem do corpo dele para iniciar a vida adulta.

Cipó-chumbo

Imagem: Nelson Wisnik

O Cipó-chumbo, também conhecido como Cuscuta, abrange um conjunto de mais de 200 espécies de plantas parasitas. Essas espécies adotam uma estratégia agressiva de sobrevivência, inserindo suas raízes no sistema vascular de outras plantas hospedeiras.

Além de extrair os nutrientes vitais, o Cipó-chumbo propaga doenças, que podem não ser letais para si, mas aceleram a morte da planta hospedeira. Notavelmente, esse parasita não depende da sobrevivência do hospedeiro para atingir a maturidade, o que é evidenciado pela presença de uma raiz vestigial.

A presença desse parasita gera preocupações em diversos cultivos, evidenciando a necessidade de compreender e controlar essa ameaça. A continuidade dos estudos sobre mecanismos de defesa das plantas hospedeiras pode fornecer insights para a criação de estratégias mais eficazes contra a proliferação do Cipó-chumbo.